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O MENTIROSO


Título meio confuso, até mesmo porque pretendo usar a sinceridade nas palavras. Algo que, por mais que seja normal, é um pouco difícil pra mim.
Não é a primeira vez que escrevo aqui, há outros textos publicados e outros apenas escritos, mas em textos de minha autoria esse é o primeiro que intitulo. 
A ideia inicial, tanto minha quanto da minha parceira, é não escrevermos para sermos lidos, mas escrevermos para nós mesmos e se nossas palavras chegam a outros olhos tem um porquê, como tudo nessa vida tem um motivo, até mesmo as mentiras.
Passo um pouco dos 30 anos de idade, pai confuso, de três maravilhas que Deus me deu, três seres que me fizeram conhecer profundamente e acreditar no tão famoso sentimento chamado AMOR. Antes deles e até mesmo após suas existências, nada me fez (tão pouco me faz), acreditar nesse sentimento. Até hoje apenas vi sinceridade e verdade no que sinto por eles, assim como a reciprocidade.
Mas e antes deles? E como ficam as demais pessoas do meu convívio?
Acredito que desde o início de minha existência, minha vida tem sido um eterno jogo de interesses. Ainda me lembro bem da pessoa que me criou nos meus primeiros anos de vida, me dizendo que nasci malandro, que "meu espaço" foi conquistado observando ao meu redor as situações e me aproveitando disso, cita ela ao relatar que aos dois anos de idade eu já sabia o horário e o barulho do carro do meu avô, e corria para ganhar o colo dele antes do meu irmão mais velho.
Na adolescência, o misto de insegurança ligada a uma certa timidez unindo-se a uma criação confusa, me tornou um jovem inseguro de personalidade fraca, ou múltipla, não sei explicar... Talvez seria melhor explicada pela visão de terceiros. Algo que, por mais que tenha sempre ouvido que eu dou extrema importância, pouco me importa e mal sabem disso, talvez por isso as pessoas vem e vão e a vida continua no tanto faz.
O mais tenso nessa fase foi aprender a observar as pessoas e tentar decifrá-las, tática esta que de início era infalível para fazer amigos, conhecendo um pouco de cada um fazia com que eu me tornasse uma pessoa confiável. Não demorou para eu perceber que essa confiança adquirida poderia ser usada nos meus relacionamentos que, infelizmente me aproveitando do subterfúgio da manipulação, sempre foram múltiplos e todos de pouca qualidade.
Sem dúvidas havia me tornado um sofista e em poucos casos conseguia manter minhas poucas verdades. Porém, com o tempo e com crescimento daqueles que me fazem ver a verdade, fizeram, e fazem, a consciência pesar, o subconsciente passou a me mostrar que tudo que por mim é feito de forma verdadeira, real e sincera tem paz, qualidade e longevidade. 
Aí vem a fase mais complexa, a fase da transição. 
O momento em que agradeço a tudo que foi embora: dinheiro fácil, relacionamentos doentes, amizades fracas, facilidades...
Tudo parece tão mais fácil e ao mesmo tempo totalmente difícil, mas é nos momentos em que me encontro com os textos, palavras e livros que vejo o recomeço.
E, sem dúvidas, os erros são as maiores fontes de aprendizado.

R.

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